"A Fábula dos Feijões Cinzentos”
de José Vaz
de José Vaz
Metáfora da ditadura vivida pelos portugueses e da liberdade trazida pela revolução dos cravos.
Três feijões tomaram conta do reino do “Jardim-à-Beira-Mar-Plantado”, roubando aos que ali viviam – feijões que se tornaram cinzentos – o sol, a água e o ar e calando-os com uma bola de futebol.
Reprimiram o povo com a polícia e a censura e mandaram os jovens para a guerra.
Os protestos de muitos feijões, como o Vermelho, o Canário, o Preto ou o Rajado, conseguiram dar um empurrão aos opressores (as raízes já estavam podres) e repartir o que, outrara, as ordens tinham sido tiradas.
A partir desse dia de Liberdade, os feijões passaram a ter as cores antigas e no reino vegetal foi a Primavera.
Alfredo Cunha, partindo do seu mais recente livro, conversa com Lídia Jorge, também ela autora que tem escrito sobre o 25 de abril.
25 de Abril de 1974, Quinta-feira
“O grande álbum de fotografia sobre o 25 de abril de 1974, pela lente de Alfredo Cunha, o fotógrafo que esteve lá em todos os momentos.”No dia 25 de abril de 1974 (uma quinta-feira, tal como voltará a acontecer em 2024), Alfredo Cunha estava em Lisboa e fotografou a revolução nos seus principais cenários, captando imagens icónicas que perduram até hoje associadas ao acontecimento que mudou a história de Portugal.
Para celebrar os 50 anos de democracia, Alfredo Cunha concebeu, a partir das suas imagens, um livro em três partes: guerra — com texto de Carlos Matos gomes, militar de abril e da guerra colonial; dia 25 de abril — com texto de Adelino Gomes, repórter que acompanhou os acontecimentos em Lisboa; depois de abril — com texto de Fernando Rosas, historiador e protagonista destes anos quentes.
Alfredo Cunha nasceu em Celorico da Beira, em 1953.
Em 1970, iniciou a sua carreira profissional em fotografia e, em 1971, entrou no jornal Notícias da Amadora. Desde então, tem colaborado com muitas publicações, como O Século, o Público ou o Jornal de Notícias, tendo exercido em algumas o cargo de editor de fotografia.
Foi fotógrafo oficial dos presidentes da República Ramalho Eanes e Mário Soares.
É autor das famosas séries fotográficas dedicadas ao 25 de Abril de 1974 e à descolonização portuguesa, entre outras. Já publicou dezenas de livros de fotografia e apresentou dezenas de exposições, tendo recebido vários prémios e distinções pelo seu trabalho.
Lídia Jorge, nasceu em Boliqueime, no Algarve.
Foi como professora do Ensino Secundário que passou alguns anos em Angola e Moçambique durante o último período da guerra colonial.
Autora com vasta carreira literária premiada, foi designada em 2021 membro do Conselho de Estado pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa para o período 2021-2026.
Citando-a, afirma ter escrito sobre o 25 de abril “como um projecto de esperança não vindo do passado, mas como um projecto de futuro”.
de Gilda Nunes Barata
São cerca de 150 páginas ilustradas e com um prefácio de Baptista- Bastos, com as memórias de vários autores desde músicos a autores literários, políticos, jornalistas, intelectuais, sobre “onde estavam” no 25 de Abril.
Diz a autora, na sua Nota na introdução: O livro que agora apresentamos é uma história como tantas outras histórias que encantam. O nosso ponto de partida foi o 25 de Abril de 1974. Foi querer saber o que cada uma destas pessoas estava a fazer nesse dia de névoas fortes e impulsos livres.
Os nomes:
Adelino Gomes, Adriano Moreira, Ana Maria Caetano, António Victorino d’Almeida, Baptista-Bastos, Catarina Melo Antunes, Duarte Lima, Eunice Muñoz, Francisco Louçã, Freitas do Amaral, João Soares, Jorge de Mello, Jorge Sampaio, José Mário Branco, Manuel Monge, Marcelo Rebelo de Sousa, Maria de Lourdes Pintassilgo, Maria João Seixas, Maria José Nogueira Pinto, Maria Teresa Horta, Miguel Coutinho, Miguel Sousa Tavares, Miguel Veiga, Odete Santos, Paula Teixeira da Cruz, Pedro Ayres Magalhães, Pedro Santana Lopes, Pinto Balsemão, Sérgio Godinho e Vítor Alves.
de José Manuel Barata - Feyo
ed: Clube do Autor, 2019
O Serviço de Intervenção Rápida no Exterior (SIRE) nasceu durante a ditadura de Salazar para atuar clandestinamente em países que faziam fronteira com o império colonial português.
Hibernou durante o PREC, mas foi reativado nos anos 90. De entre as missões especiais atribuídas aos seus comandos uma delas foi levada a cabo pelo herói deste romance.
Baseada em factos reais, esta é a história desconhecida do derradeiro herói do império português.
Esta história nunca existiu, tal como o SIRE não existe. Oficialmente.
in: wook.pt
de Herman Melville
ed: Penguin Clássicos, 2022
Num escritório em Wall Street, um reconhecido advogado contrata um jovem escrivão, Bartleby, para ajudar a dar vazão ao incremento de trabalho.
De início, Bartleby revela-se exímio no desempenho das suas funções de copiar documentos legais. Um dia, porém, quando é requisitado para rever um texto, o escrivão declina o pedido declarando, para absoluta surpresa do advogado e do leitor, que «preferia que não».
A tensão vai crescendo à medida que Bartleby se nega a cumprir cada vez mais tarefas, não deixando muitas opções ao advogado e narrador desta história singular.
Aclamado como um precursor do Modernismo e do Absurdo na literatura, Bartleby, o Escrivão, publicado originalmente em 1853 na Putnam’s Monthly Magazine, é apontado como um dos mais notáveis e influentes contos da literatura americana, onde Herman Melville reflete sobre uma sociedade em acelerada transformação e desumanização.
in: bertrand.pt